Redação do Enem adiado fala sobre o combate ao racismo no Brasil

Tema da redação da segunda aplicação do Enem 2016 é "Caminhos para combater o 

racismo no Brasil". A informação foi divulgada nas redes sociais pelo Instituto Nacional 

de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no início da tarde deste domingo (4).

De acordo com um estudante que fez a prova neste domingo no Recife, um dos três 

textos motivadores da prova de redação falava sobe a diferença entre racismo e injúria racial.

A expectativa para descobrir o tema era também dos candidatos que fizeram o Enem 

de novembro. Na prova aplicada nos dias 5 e 6 do mês passado, a orientação era 

escrever sobre “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.

Apesar da proximidade dos temas, professores alertam para o fato de que o tema 

não é apenas "racismo no Brasil", mas sim "os caminhos para combater" esse problema.

Por isso, além de aproveitar as informações dos textos motivadores que sempre acompanham 

a prova, segundo o professor Sousa Nunes, do Sistema Farias Brito de Ensino, de Fortaleza, 

é fundamental, para garantir uma nota alta, que o estudante reconheça a existência do racismo no país.

 

"Se o tema é o combate ao racismo, ele tem que dizer que existe uma prática recorrente que ameaça a harmonia 
da sociedade brasileira." A professora Poliana Wink, que dá aulas de redação no Colégio Chromos, de Belo 
Horizonte, concorda. Segundo ela, se o estudante negar a existência do racismo no Brasil na prova, "
ele pode tirar uma nota bem baixa".

Para Poliana, um dos truques para escapar de uma nota baixa também é fugir dos

clichês e do senso comum, abordando a questão com um senso crítico. "Existe a discussão 

em relação ao racismo e à injúria racial, porque o racismo é crime inafiançável, e injúria se 

refere a um comportamento parecido, mas não é um crime inafiançável. Então, muitos 

casos são registrados como injúria", disse ela, afirmando que a leniência do Poder 

Judiciário pode ser uma das abordagens do tema.

Nas redes sociais, candidatos aprovaram o tema e muitos chegaram a afirmar que é mais 

fácil escrever sobre ele do que sobre intolerância religiosa. Entre as personalidades, Tati Quebra

Barraco foi uma das que celebraram a discussão.

Fonte: G1