A palmeira que desponta como novo 'ouro verde' do Brasil

Uma planta de uso múltiplo, no ponto para explodir comercialmente. Cotada no início dos anos 2000 como fonte promissora de biocombustível, a macaúba ultrapassou expectativas dos pesquisadores, que agora apostam no seu potencial além da produção de energia.

"O óleo de macaúba, por exemplo, é nobre demais", diz Sergio Motoike, biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa. "Ele tem vocação para uso na alimentação humana, na oleoquímica e na cosmética, que pagam bem mais que o mercado de biocombustíveis."

Dessa forma, diz Motoike, não haveria a frustração ocorrida, por exemplo, com a mamona. A cultura, encampada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) para produção de biodiesel, naufragou por falta de capital e investimentos em produção.

No caso da macaúba, o leque de opções de uso garantiria a sustentabilidade econômica. E o amadurecimento, sem atropelos, das diferentes etapas do processamento parece mostrar que sua hora é agora.

A macaúba (Acronomia aculeata) é um palmeira rústica nativa do Brasil. Atinge de 5 a 15 metros de altura e possui espinhos no tronco e nas folhas - daí também ser chamada de coco-espinho. Costuma ser descrita como a palmeira de maior presença no país, praticamente ausente apenas na região Sul, e aguenta bem quando a chuva é pouca.

O fruto tem quatro partes: casca, polpa, endocarpo (parte dura em volta da semente) e amêndoa. As mais nobres são a polpa e a amêndoa. A polpa produz um óleo recomendado para biodiesel e bioquerosene, e com as mesmas propriedades do óleo de dendê - ou seja, já há um mercado de consumo. E quase não deixa resíduos sem aproveitamento.

Fonte: G1