A ‘surpresa já esperada’ e a grande oportunidade de ficar calado...

Será que algum dia veremos o Campeonato Carioca se encerrar sem polêmicas e confusões? A edição de 2014 novamente representou mais do mesmo: Um clássico digno de admiração e um fim digno de pena.

Mais uma vez a bola deixou de protagonizar o espetáculo para dar lugar ao astro que neste episódio foi Luiz Antônio Muniz de Oliveira, bandeirinha que além de não ter visto o gol de Douglas na Taça Guanabara (aquele que a bola bateu dentro do gol) guardou-se ao direito de errar no lance capital da grande final; não viu um impedimento de quase um metro (70cm). Como assim não viu? Não viu, apenas isso. E o Carioca mais uma vez termina mal e cheio de confusões e polêmicas. Com sinceridade, o que vi naquele fatídico domingo foi algo vergonhoso e nada surpreendente, pois foi uma tragédia anunciada e isso sim, é lamentável. A esposa do árbitro (inocente ou conscientemente, não sei) “cantou a pedra” uma semana antes e tudo aconteceu conforme se depreendeu das palavras dela. Coincidência? Prefiro acreditar que sim.

Não compreendam mal, o Flamengo fez excelente campanha, fez por merecer e merecia o título, mas um título honroso, na bola. Eu realmente concebo que o Flamengo e muitos torcedores mereciam e tinham o direito de comemorar um título limpo e sem máculas, mas não foi isso o que vimos e mais uma vez sujaram a história do clube e do futebol carioca com um erro indecente de arbitragem. E garanto: o torcedor cruzmaltino não foi o único a ser ludibriado, o torcedor rubro-negro também, pois este ‘truque’ do destino que trouxe o Carioca de 2014 para o Flamengo, também maquiou (e vejam só como as coisas são esquecidas rapidamente) a pífia campanha do clube na Libertadores, caindo na primeira fase e perdendo ridiculamente a vaga que lhe pertencia por direito e obrigação para um time do “tradicional” futebol boliviano; ou seja, calaram o torcedor antes que este começasse a reclamar e agora, depois do título, todo mundo acha que o time está bem, pois afinal de contas ‘é muito comum ser eliminado assim na Libertadores, não é mesmo?’ Se o time foi campeão, e precisando de ‘apito amigo’ está tudo bem, o time está ótimo! Lamento profundamente por ambas as torcidas ludibriadas neste Carioca de 2014.

Mas o meu lamento mais profundo não vai pra FERJ, não vai pra arbitragem, mas sim pro goleiro Felipe, que após o jogo ao ser questionado sobre o impedimento teve a pachorra de declarar: “Foi impedido? Tudo bem, roubado é mais gostoso!” Eu realmente não sei se foi ímpeto ou ignorância pura mesmo que fez Felipe dar uma declaração tão infeliz como essa e ainda sustentá-la posteriormente já de cabeça fria num programa de TV e nem vou entrar neste questionamento, mas fato é que Felipe errou e errou feio pela frase e por não ter se retratado, se foi resposta à provocação ou não, não interessa, Felipe foi ignorante e infeliz nas suas palavras. Felipe se esquece que quando se ostenta a camisa de um grande clube como o Flamengo se vira referência para adultos e para crianças principalmente, que vêm no esporte os seus ídolos e aprendem com eles, os imitam. Os pequeninos rubro-negros viram seu arqueiro ensinar que “roubado é mais gostoso” e eu pergunto: como fica a cabeça de uma criança que ouve isso? É no mínimo imprudente afirmar tal coisa e Felipe manchou ainda mais a final do Carioca, deixando naqueles que acreditam nos bons ensinamentos do esporte o sentimento de nojo. Coincidentemente após afirmar isso, Felipe teve seu terço (que deixa sempre dentro do gol) roubado pela segunda vez por um torcedor. Se Felipe aceitar um conselho, eu diria para que adotasse a cautela ao falar, pois o seu antecessor de tanto falar bobagem, acabou fazendo e hoje atua pelo time do presídio.