Temática Nietzsche

Sábado, dia 02 de setembro de 2017, concedeu entrevista radiofônica Prof. Dr. Antonio Vitorino Farias Filho (UFPE), com a temática: Problematizar a verdade foi sempre um dos focos centrais das investigações de Nietzsche. Isto se deve à relação indissociável que sempre esteve presente na história da filosofia entre a busca pela verdade e o pensamento moral. Nietzsche chama de dogmatismo a tentativa de fundamentação metafísica de um valor moral. Para o filósofo, como veremos, as teorias do conhecimento visam, por trás de uma aparente neutralidade, legitimar determinados valores como superiores a outros. Contudo, tal legitimação somente pode existir a partir do momento em que se atribui um maior valor à verdade do que ao engano, relacionando o valor moral com o conhecimento.

Nietzsche entende que a vontade de verdade decorre de uma vontade de engano. A vontade de engano seria a necessidade de se alçar um determinado valor à categoria de verdade para fazê-lo mais forte e mais poderoso a fim de que se possa acreditar nele. Entretanto, como este valor foi criado historicamente, é um engano tê-lo por verdade. A verdade em que se acredita nada mais é do que a crença na veracidade de um engano.

A crítica feita por Nietzsche recusa o pensamento metafísico que se julga portador de verdades, essências e princípios universais. Por isso, para ele, o niilismo é o caminho para a irrupção do super-homem. O niilismo, representa, portanto, o vazio, a completa destituição de verdades e fundamentos, a perda de referenciais, o nada. Neste sentido, não é algo ruim, mas bom, pois é capaz de libertar. O ser humano niilista é o contrário do metafísico, pois reconhece a ausência de fundamentos como constitutivos de sua condição: “o homem é que pôs valores nas coisas com a intenção de se conservar; foi ele que deu um sentido às coisas, um sentido humano.

Os questionamentos do Programa Arena de Ideias, feitos por: Marcos Sampaio e Prof. Leomir Melo, a duração da entrevista foi de 90 minutos. Com objetivo criar novos formatos e linguagens de produção de interação e informações que contextualizam e contribuem para o aprofundamento do debate, ou seja, o pensar o próprio pensar.